1 [Fic] Axiom Dom Jan 19, 2014 5:16 pm
FullMetal
RPG
Não esperem muito desta fic. Foi pensada para um
Chapter 1
Chapter 1
- Footsteps:
- Muitos acreditam que existe uma dimensão para onde vão os criminosos que morrem. Alguns chamam-lhe Inferno, outros chamam-lhe Axiom. Lá, os criminosos não existem como pessoas, mas como monstros, vivendo completamente isolados uns dos outros, nas chamadas «alas». Por vezes, um portal para a Terra abre-se e eles podem voltar como humanos, chamados «Escapees». Se continuarem a sua vida de crime, voltam à sua forma monstruosa e são chamados «Dark Souls»; Se conseguirem mudar, mantêm-se humanos e são chamados «Reborn Souls». Esta é a história do filho de um dos monstros que conseguiu escapar.
Japão, 2036
Era de noite e Nao chegava a uma rua estreita. Era alto e tinha cabelos negros. À sua frente, abria-se um portal que, aparentemente, ninguém conseguia ver, senão ele. Nao ajeitava as sua luvas, enquanto lembrava as palavras do seu mestre. Já era a terceira vez que fazia aquilo, mas os conselhos ajudavam-no sempre.
-Não te preocupes demasiado. Se o fizeres, não vais lutar decentemente. Não te esqueças que, assim que entrares no portal, estarás em Axiom e só poderás sair se derrotares a besta que aparecer do outro lado. Lá dentro, estás noutra dimensão, por isso o tempo não passa da mesma maneira... Não é o mesmo contínuo espacio-temporal. Mantém as tuas luvas calçadas, porque elas controlam o teu poder. Mas a regra mais importante é: Nunca tentes abrir um portal para a Terra, a partir de lá! Quanto à batalha, eles não usam estratégias. Aqueles monstros lutam como animais. Se parares para perceber a “estratégia” deles, serás morto. Tu treinaste muito para isto. Boa sorte!
O mestre de Nao era um velhote sorridente, que na verdade era uma Reborn Soul e um velho amigo do seu pai. Era muito poderoso, embora vivesse pacificamente numa pequena vila Japonesa.
-Não te preocupes, velhote.-Nao falava de uma forma despreocupada-Não é a primeira vez que faço isto. Se não voltar, um adeus.
Nao entrava no portal e tudo à sua volta mudava. Deixava de estar numa rua estreita e escura, com poucas pessoas, para estar num espaço imenso e isolado, parecido com um terreno acidentado e montanhoso. Tudo naquele espaço estava tingido de escuridão e sangue, sendo essas as cores predominantes.
O portal fechava-se e Nao olhava em volta, vendo um monstro de grandes proporções deitado no chão. O monstro abriu os olhos, vendo Nao, e começou a correr na direção dele. O monstro saltou, tentando espezinhar Nao, mas este conseguiu desviar-se a tempo, levando à queda da besta.
Aproveitando isto, Nao atacou-o com um soco, envolvido numa bola de energia, lançando-o para longe. Nao seguiu-o, com um alto e longo salto. Naquela dimensão, as capacidades de Nao pareciam ser aumentadas. Ainda no ar, o rapaz lançava uma onda de energia ao monstro, que saltou, agarrando no Reaper e lançando-o contra o chão, formando uma cratera funda.
(Reaper é o nome dado aos filhos de um Escapee e um humano.)
O monstro estava a cair, com a sua trajetória dirigida a Nao, para o esmagar. Nao saltou, atingindo a besta no estômago, lançando-a para o chão. Ambos cairam ao mesmo tempo. Nao correu para o monstro, atacando-o com um pontapé na cara, que este conseguiu defender, com a sua enorme mão. Nao estendeu uma mão à cara do monstro, lançando-lhe uma bola de energia. O monstro foi empurrado alguns metros para trás, enquanto levava as mãos à cara, devido à dor. O Reaper seguiu a besta, com um salto, pontapeando-o para longe, repetindo o processo algumas vezes.
Mas o monstro fartou-se, lançando-se numa forte investida contra o rapaz, agarrando-o. Nao era pouco maior que a mão do monstro que o balançava de um lado para o outro, batendo com ele no chão, finalizando com um lançamento para o ar. No ar, Nao lançava vários blasts de energia ao monstro, que caía ao chão, mesmo por baixo do rapaz.
Nao aterrou em cima da besta, que ainda se encontrava viva. Nao aproximou-se do pescoço do monstro, soqueando-o, com os seus punhos revestidos de energia. Com o monstro a perecer, Nao falou.
-Últimas palavras?
Ao que o monstro respondeu com um grunhido de dor. Nao colocou, então, a sua mão na nuca do monstro, absorvendo-lhe a energia restante. O monstro caiu, de vez, e o Reaper saiu de cima dele, dirigindo-se ao portal que se abrira aquando da morte deste.
Nao estava de volta à casa do seu mestre. Olhou para um relógio, que se encontrava na parede e verificou que apenas tinham passados poucos minutos: Os suficientes para Nao se dirigir àquela rua estreita e voltar.
-Como conheceste o meu pai?
As palavras de Nao espantavam o velhote. Nao já vivia com ele há cerca de 10 anos, mas nunca lhe tinha feito uma pergunta destas. Para o rapaz, o idoso era apenas o seu mestre e o dono da casa onde ele dormia, nunca fora um confidente ou um amigo.
-Estive com ele em Axiom.-respondeu o mestre, passados alguns segundos.
-Pensei que estivessem todos isolados.
-Eu conto-te... Axiom é uma dimensão infinita e por isso é que duas pessoas... Quer dizer, monstros nunca se cruzam. Para além disso, a única maneira de sair de lá é se um portal se abrir. Estes portais são impossíveis de controlar e nunca se sabe onde nos vão conduzir. O portal onde eu entrei não me trouxe à Terra, levou-me para outra ala de Axiom.
-A ala onde estava o meu pai...-completava o rapaz.
-Exato... Quando lá cheguei, eu e ele lutámos. Era parte da nossa natureza como monstros. Mas ambos nos cansámos, conseguindo comunicar. Ao passarmos algum tempo juntos, fomos recuperando a nossa personalidade humana. Muito pouca, mas foi o suficiente para arranjarmos maneira de sair de lá... Tentámos forçar a abertura de um portal...-o mestre de Nao fez uma pausa, para arranjar a melhor maneira de explicar aquilo ao rapaz-Normalmente, os portais abrem-se sozinhos e levam-nos para perto do local onde morremos, mas para o futuro, se contarmos o tempo a partir da nossa morte. Nunca poderíamos aparecer no passado relativamente ao dia da nossa morte. Mas como eu e o teu pai forçámos o portal, não aconteceu da mesma maneira. Aparecemos ambos no Japão, muitos anos depois de eu morrer e muitos anos antes de o teu pai nascer. Depois disso, continuámos amigos, mas fomos deixando de nos contactar. E desde que ele está preso que não falamos.
-Tu disseste uma coisa... O meu pai ainda não nasceu?
O idoso suspirou, respondendo lentamente.
-Foi por isto que nunca te disse nada. Não tentes compreender estes paradoxos. Vai descansar.
-Está bem... Até amanhã, Oda.
-Até amanhã.