O sol estava-se a pôr. Estava a anoitecer. O jovem alquimista estava sentado de pernas cruzadas no topo do monte, debaixo de uma árvore. À sua frente conseguia ver a Floresta Midway e Gray Terminal, mas não era só isso. À sua frente estava uma cruz de madeira com o nome "Drake" escrito. Era a lápide que Erik tinha feito para o seu irmão quando era mais novo, logo depois de fugir de casa.
Para trás. - Avisou Erik, sabendo que alguém o estava a perseguir.
Hah, então afinal sabias que eu estava aqui. Não ia esperar menos de ti. - Comentou o desconhecido. Erik levantou-se e virou-se para ele. Este trazia um fato preto e uma grande cruz pendurada nas costas.
Eu.. conheço-te?
Não, mas eu conheço-te a ti. - Falou, enquanto se aproximava da lápide de Drake - Com que então este é o teu irmão... ou meio irmão, ou irmão adotivo, tanto faz. - Comentou enquanto olhava fixamente para a lápide.
Não volto a perguntar, quem és tu? - Perguntou, começando a ficar um bocado enervado com o quanto o desconhecido sabia sobre ele.
Calma Erik.. - Respondeu, sentando-se em cima de uma rocha, começando a acender um cigarro - Queres um?
Não. - Respondeu firmemente, esperando a resposta do desconhecido.
Tem calma irmãozinho, senta-te e relaxa.
Q-QUÊ?! - A palavra "irmãozinho" despertou uma reação por parte de Erik. Este, enervado e impaciente, pegou no desconhecido pela roupa e gritou agressivamente - M-Mas estás a gozar com a minha cara?! Primeiro sabes quem é o meu irmão, depois sabes o meu nome e agora ainda por cima intitulaste-te de meu IRMÃO, só mesmo para gozares comigo e com o Drake?! - Dito isto, o alquimista atira o indivíduo para o chão e vira costas, sentando-se novamente no chão - Vai-te embora.... antes que te arrependas.
Heish... ferves em pouca água. Tem calma, que eu não estou a gozar com a tua cara nem com o bom nome do teu irmão adotivo... o que eu disse é verdade. - Disse, enquanto se levantava, limpando o pó do seu fato, e se aproximava de Erik - O meu nome é Max, Max Hawk. - Erik não respondeu. Max sentou-se na mesma pedra e continuou a falar - Quando os nossos pais se separaram, a mãe estava grávida. De ti. Eles acharam justo o pai ficar comigo e a mãe contigo. O pai morreu quando eu tinha 10 anos, ou seja, 2 anos depois de tu nasceres. Quando é que a mãe morreu?
... Quando eu tinha dois anos.
Então ficaste orfão quando tinhas dois anos. E depois foste adotado pelos Flekinghton, 3 anos mais tarde.
...
.. Certo, então. O pai contou-me de ti alguns meses antes de morrer e depois eu queria procurar-te mas não sabia por onde começar. Só aos 16 é que comecei a procura. E tu tinhas.. 8 certo? O Drake ainda não tinha morrido, eu lembro-me.
Ele morreu quando eu tinha nove...
Eu lembro-me, eu fui ver os registos de adoção do teu orfanato e vi "Erik Hawk" e sabia que tinhas que ser tu. Eu fui ver-te um dia, mas vi que estavas com o Drake e parecias tão feliz que não queria incomodar-te com uma história estúpida que sabia que não te ias acreditar, hah. - Disse, com um sorriso.
F-Feliz? Dantes talvez... eu já não sei o significado dessa palavra. - Falou, enquanto continuava a olhar para a lápide de Drake.
Hmm? Ah sim, eu sei que eles tratavam-te mal. Eu fui lá espiar noutro dia e vi isso.
Tratar mal é um elogio. - Respondeu, enquanto se levantava e virava-se para Max - Afinal o que é que queres, Max?
Heish, já me queres que me vá embora? Ainda agora cheguei, não estás feliz por ver o teu irmão?
Não.
... Tu não tens mesmo piada nenhuma... - Respondeu, enquanto coçava a nuca - Ah, a propósito, também sei que és um alquimista. E sendo um alquimista, já passaste pelo Truth, provavelmente para reviveres o Drake. Eu tentei reviver o pai, e aquele cabrão tirou-me as pernas e os braços. - Falou enquanto mostrava-lhe os automails.
Erik surpreendido com o quanto Truth tinha tirado a Max, limitou-se a responder à pergunta: Eu tive um bocado mais de "sorte". Ele tirou-me a capacidade de sentir felicidade e de sentir dor física.
... Hmm? Isso é bom não? Aquilo de não sentir dor física.
Depende da situação... Volto a repetir, o que queres Max?
Hm? Ah, sim, sim pois... Os Flekinghtons ainda estão vivos. E estão mesmo aqui em Goa, é a tua oportunidade de te vingares. - Falou para Erik, enquanto o seu olhar e sorriso passavam de feliz e divertido para uns algo maquievélicos e retorcidos.
... Os perdedores vivem no passado... os vencedores aprendem com o passado e tentam melhorar o futuro... não tenho qualquer interesse em vingar-me deles. - Respondeu-lhe, enquanto virava costas e voltava-se a sentar em frente à lápide do seu irmão adotivo.
Dizes isso.. mas continuas sempre a repetir aquela noite na tua cabeça todos os dias. - Com um olhar sério, depois de dizer isto um silêncio apoderou-se do ambiente. As palavras do seu irmão tinham ecoado pelos ouvidos de Erik que não era capaz de lhe responder - Se mudares de ideias anda ter comigo. - Max pôs as mãos nos bolsos e continuou o seu caminho.